"Minha equipe não quer estudar"

Postado em: 10/07/2020 | 2 min de leitura Escrito por:
Essa foi a frase dita por um cliente corporativo do EducaPoint, plataforma de capacitação no agronegócio, com mais de 190 cursos feitos por especialistas de várias áreas.

A empresa disponibilizou o acesso, mas a utilização da equipe tem sido baixa, para a frustração do gestor. Como muitas outras empresas, ela está sujeita a forças disruptivas relevantes. Novas tecnologias, computação em nuvem, sensores e a conectividade podem colocar em risco seu negócio, que gera bilhões de reais no Brasil e muito mais fora daqui.

Em um mundo que passa por mudanças sem precedentes e cada vez mais rápidas, é quase certo que muitos modelos de negócios tradicionais vão sucumbir ou ao menos sofrer fortes transformações. O concorrente não vai ser aquele tradicional, que opera no mesmo campo que sua empresa opera. Vejamos, por exemplo, a startup Olho do Dono, que tem um sistema de pesagem de animais via câmera. Se sua empresa está no ramo de balanças, esse é um concorrente que dificilmente seria mapeado no passado. Mas hoje, no limite, ele pode destruir não só sua empresa, mas todo um segmento. De uma hora para outra. O mundo dos negócios está cheio desses exemplos, dos quais os mais comentados são a Kodak e a BlockBuster.

Nesse ambiente de fortes transformações, o estoque de conhecimento se deprecia cada vez mais rapidamente. Quando estava na escola, aprendi datilografia, dedilhando em um equipamento inventado mais de 100 anos atrás. Ao cabo de 2 décadas, esse equipamento estava virtualmente extinto. Como será o mundo em 2050?

Ninguém sabe ao certo. O que se sabe é que cada vez mais o poder passará de “estoque” de conhecimento para “fluxo” de conhecimento, como escreveu Thomas Friedman. E isso envolve repor continuamente seu conhecimento e estar aberto ao novo. Hoje, alguém que se forma vai precisar aprender muito mais coisa após entrar em sua vida profissional do que há 30 ou 60 anos.

Além da busca constante por conhecimento, mais do que nunca é preciso desenvolver as chamadas “soft skills”, como capacidade de relacionamento, colaboração, pensamento crítico e criatividade. Além disso, a automotivação é um driver essencial para as pessoas que querem ser protagonistas desse futuro. Ao se considerar ambientes de ensino online como o EducaPoint, em que as pessoas podem estudar ao seu ritmo e na quantidade que desejam, quem não tiver alta dose de auto motivação ficará para trás nessa corrida. Trata-se de uma mudança grande de comportamento, já que todos nós fomos educados para receber ensinamentos de forma passiva, em sala de aula.

Claro, as empresas têm um papel importante nesse processo, no que se refere à formação contínua de suas equipes. Primeiro, é necessário sinalizar com clareza o que espera deles, para onde a empresa caminha, para onde o mercado caminha, e os enormes desafios que estão à frente. Segundo, deve oferecer as oportunidades de capacitação contínua, aliadas a reconhecimentos e certificações de progresso. Terceiro, precisa entender que nem todos participarão desse jogo, sendo necessário eventualmente buscar no mercado de trabalho pessoas que estão alinhadas com as necessidades para enfrentar os novos tempos.

Por isso, o gestor do caso que abriu este artigo tem fortes razões para se preocupar. Se não há auto motivação da equipe para se capacitar utilizando as novas ferramentas, há um grande risco de sua equipe falhar em se adequar a uma nova realidade em que as mudanças são gigantescas, colocando em risco negócios tradicionais, que até então obtiveram enorme sucesso.


Marcelo Pereira de Carvalho é CEO da AgriPoint, que possui o EducaPoint, bem como é sócio-fundador da AgTech Garage, hub de inovação no agronegócio.

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