O feno é um alimento volumoso preparado mediante o corte e desidratação de plantas forrageiras, num processo denominado de
fenação. Resumindo, é o processo de desidratação que transforma a forragem verde, com 65-80% de umidade, em feno com 10 a 20% de umidade. Desta forma,
a forragem pode ser guardada por vários meses, conservando o seu valor nutritivo.
A produção de feno consiste em uma
integração entre solo, planta, clima e animal. O solo precisa de nutrientes, para que a planta produza. Além disso, o clima precisa ser favorável, tanto para a planta produzir, como para secar o feno. O animal é o ponto final, já que o feno é um alimento, uma forragem conservada.
De nada adianta conservar uma forragem que não tem condições de ser fornecida ao animal. Isso fará com que o produtor gaste duas vezes: na produção do feno não utilizado e na compra de outro alimento ao animal.
Confira mais informações nesse artigo:
Fenação: conheça as três etapas desse processo.
Durante a fenação podem ocorrer perdas e alterações na qualidade da forragem. Para melhorar a eficiência do processo, é fundamental conhecer as exigências de cada uma das etapas, incluindo, a questão do armazenamento.
Confira abaixo alguns
mitos e verdades sobre o processo de fenação:
MITO: Os galpões de armazenamento de feno precisam ser altamente tecnificados
VERDADE: Os galpões não precisam ser tecnificados, mas sim, cobertos, protegendo o feno.
O feno deve ser armazenado em
galpões arejados e protegidos da umidade na forma de fardos ou a granel. O produtor tem a liberdade de decidir se quer armazenar em fardos ou a granel, mas deve-se atentar à
ausência de umidade e presença de circulação de ar.
É necessário que o ambiente seja arejado, para que não ocorra combustão espontânea do feno. Essa ocorre por aumento da temperatura em feno seco, quando não há circulação de ar disponível.
Também deve-se evitar que se molhe novamente o feno, através de chuvas ou goteiras no depósito, pois a umidade pode levar o material à fermentação o que, por sua vez, pode também aumentar sua temperatura e levar à combustão.
MITO: Não há uma ordem correta de armazenamento do feno no galpão, desde que cumpram os requisitos citados acima.
VERDADE: Os fenos devem estar organizados no galpão.
Como em qualquer indústria, é necessário ter um controle sobre o que entra e o que sai de dentro do galpão. Assim, recomenda-se que sesepare os fenos mais velhos, que devem ser divididos em montes.
Deve-se, também,
evitar o contato com o solo e paredes, colocando o feno sobre estrados de madeira, para que não pegue a umidade do chão.
Outra recomendação é colocar a
data de produção nos lotes, bem como todas as informações relacionadas a ele. Com isso, é possível mapear todas as informações relacionadas àquele feno.
O
tempo de estocagem influencia na qualidade do feno. Quanto mais velho o material armazenado, mais contato com o ar ele tem, podendo sofrer alterações.
MITO: O único problema da umidade é o aumento de temperatura, com possibilidade de combustão espontânea.
VERDADE: Em fenos com mais de 25% de umidade, pode ocorrer o aparecimento de mofos e aquecimento
A umidade no feno pode, mesmo, levar à
ocorrência de fungos, que podem ser fornecidos ao animal e causar sua morte.
Isso fará com que o produtor que vende feno a outros criadores tenha sérios problemas comerciais, pois, uma vez que seu feno esteja mofado e cause a morte de animais, sua credibilidade no mercado cai a zero.
Caso seja notado um aumento na temperatura do feno, recomenda-se abrir imediatamente a pilha para que esse material não contamine o restante e para que não entre em combustão espontânea.
A limpeza entre as pilhas de feno também é essencial, já que a sujeira pode atrair roedores.
MITO: Cobrir o feno com plástico é uma boa alternativa para proteção contra umidade.
VERDADE: Colocar o feno em locais altos, não em contato com o chão é melhor do que cobrir com plástico.
A cobertura do feno com plástico não é recomendada, devido ao aumento da temperatura e à impossibilidade de circulação de ar. O ideal é que o feno seja armazenado em uma altura longe do solo. Quanto mais alta a cobertura, maior a circulação de ar.