Uso do pó de rocha em substituição aos fertilizantes

Postado em: 29/04/2022 | 2 min de leitura Escrito por:
A guerra na Ucrânia provocou aumento do preço do petróleo no mercado internacional, refletindo nos preços da gasolina, do gás e do diesel em nosso país. Além disso, a suspensão das entregas do fertilizante cloreto de potássio, determinada pela Rússia, pode comprometer a produção brasileira de alimentos, já que 30 por cento do potássio vem daquele país. 
 
A saída pode estar aqui mesmo no Brasil: o pó de rocha, composto de rochas moídas e que pode ser usado como fertilizante. Chamado de remineralizador, o pó de rocha é feito a partir de um processo de trituração para que possa ser utilizado na técnica de rochagem. O material é rico em cálcio, magnésio e, principalmente, em potássio. 
 
Seu uso é regulamentado pela legislação brasileira. O pó de rocha como um insumo foi denominado agromineral e reconhecido oficialmente pelo Ministério da Agricultura como fertilizante através da Lei 12.890, de 2013. A regulamentação da lei, entretanto, só foi ser feita um pouco mais tarde, em 2016. 
 
Recentemente, a rochagem tem ganhado a atenção dos agricultores pelos seus benefícios, que incluem: 
 
  • Melhora da qualidade física e química e do solo; 
  • Aumento do pH do solo; 
  • Aumento da eficiência do uso de nutrientes; 
  • Disponibilização de nutrientes de forma gradativa e contínua; 
  • Estímulo da atividade biológica do solo e das raízes das plantas; 
  • Redução da perda de nutrientes; 
  • Redução de custos. 
 
Além disso, o pó de rocha tem a vantagem de disponibilizar nutrientes que geralmente são ignorados na hora de planejar o manejo, mas que contribuem para que as plantas se desenvolvam de maneira adequada. 
 
O pó de rocha, além de disponibilizar seus nutrientes de maneira gradual e menos suscetível à lixiviação, é uma fonte importante de micronutrientes.  
 
Mas não é qualquer rocha que pode ser usada. O produto aplicado no campo vem de pedreiras de basalto, granito e micaxisto. São rochas chamadas de silicáticas, facilmente encontradas no Brasil.
 
Já o potássio, matéria-prima dos fertilizantes importados, é extraído de outro tipo de rocha, rica em sais e raras no país. Atualmente, no Brasil, existe apenas uma jazida de exploração, que fica em Sergipe e está quase no fim.
 
Vale destacar que os fertilizantes tradicionais (NPK) foram desenvolvidos para uso em culturas de ciclo curto, como é o caso da soja e do milho. Os remineralizadores de solo também têm o papel de favorecer o desenvolvimento das plantas e, dessa forma, garantir a produtividade, mas agem de forma distinta. Como são materiais de baixa solubilidade, vão sendo disponibilizados de forma mais lenta para o solo e para as plantas. Dessa forma, o efeito é diferente, mas no final das contas, quando o agricultor precisa comparar a produção na forma tradicional e com os remineralizadores, a conta tem fechado em termos de produtividade.
 
Suzi Huff, geóloga e professora da Universidade de Brasília, explica que há dois pontos importantes a serem destacados. Do ponto de vista ambiental, esses materiais não causam a eutrofização das águas devido à baixa solubilidade. Além disso, a diferença de preços entre o pó de rocha e os fertilizantes tradicionais é muito grande. Isso porque o Brasil tem muitas fontes para potencializar essa alternativa. Atualmente, existem cerca de 30 empresas que podem comercializar esses materiais com registro.
 
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Fonte: 
 
Pó de rocha pode servir de adubo para plantas; entenda (https://g1.globo.com/economia/agronegocios/globo-rural/noticia/2022/03/20/po-de-rocha-pode-servir-de-adubo-para-plantas-entenda.ghtml)
 
Rochagem: tudo o que você precisa saber sobre o uso de pós de rocha na agricultura (https://blog.verde.ag/solo/rochagem-tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-o-uso-de-pos-de-rocha-na-agricultura/)
 
Geóloga explica uso de pó de rocha como alternativa a fertilizante russo (https://www12.senado.leg.br/radio/1/conexao-senado/2022/03/15/geologa-explica-uso-de-po-de-rocha-como-alternativa-a-fertilizante-russo)

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