Descarte de vacas: manejo essencial para manter a produtividade

Postado em: 26/03/2019 | 4 min de leitura Escrito por:
A reposição anual do rebanho de matrizes é importante para manter a produtividade nas propriedades rurais, com o descarte dos animais improdutivos, que falharam em mais de uma estação de monta, e os considerados "velhos", ou seja, perto de diminuir a fertilidade. A recomendação é que todo ano sejam repostos 30% dos animais.

Nos Estados Unidos, vacas de descarte representam aproximadamente 20% da renda bruta de qualquer operação comercial. As vacas representam 10% da carne consumida nos Estados Unidos. Portanto, os pecuaristas precisam ter certeza de que o abate de vacas é feito de forma adequada e lucrativa. Vender as vacas de descarte de forma que retornem a maior renda para o pecuarista requer conhecimento sobre a saúde e a condição corporal dos animais. O abate adequado das vacas reduzirá a chance de que uma carcaça seja condenada no frigorífico e se torne um dreno de dinheiro para toda a indústria de carne bovina.

A pesquisadora da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), Alessandra Nicácio, explica que, além da idade do animal, o descarte deve considerar vários critérios como: falha reprodutiva, temperamento da vaca e, no caso de se trabalhar com inseminação artificial, deve-se avaliar se o animal tem uma condição ginecológica favorável à técnica.

Normalmente, o descarte é feito depois do diagnóstico de gestação, que detecta as vacas que falharam. Então, faz-se a análise do histórico do animal, se já falhou outras vezes. Tem propriedade que a vaca falha um ano e já é descartada mesmo sendo jovem ainda, o que é chamado de pressão de seleção, segundo a pesquisadora. Segundo ela, essa vaca que falha um ano não é necessariamente uma vaca improdutiva, então ela pode até ser vendida para outra propriedade ao invés de ser enviada para o abate.

Quanto antes for feito o diagnóstico de gestação, mais rapidamente pode ser realizado o descarte, evitando-se que o animal fique mais tempo na propriedade ou, caso a intenção seja fazer o confinamento para que o animal ganhe peso antes de ser vendido ao frigorífico, isso pode ser feito o quanto antes.

Algumas propriedades realizam o diagnóstico mais tardio, junto ao período da desmama (convencionalmente quando o bezerro tem entre seis e oito meses), o que é interessante porque a vaca considerada velha, que teve o último bezerro, já pode ser descartada. "A decisão sobre o momento do descarte é mais uma decisão administrativa de quando é melhor para a organização da propriedade", destaca Alessandra.

O essencial é ter uma política de identificação das vacas de descarte. O acerto (ou desacerto) dessa estratégia será decisivo para a eficiência da sua criação.

Outras razões para o descarte de vacas

Pernas e pés. As vacas de corte precisam andar por pastagens e campos para consumir forragens e alcançar tanques de água. Vacas com problemas nas articulações, infecções severas da podridão do pé ou articulações artríticas podem estar sujeitas a cortes substanciais de carcaça quando chegam ao frigorífico. Essas condições levam à menor produção de carne pelos animais, pois há perda de condição corporal e queda de peso. Dessa forma, o abate deve ser feito logo após o diagnóstico da lesão. Se a vaca foi tratada para infecção, certifique-se de comercializar a vaca APÓS o tempo necessário de retirada do medicamento usado para tratar a infecção dela.

Qualidade do úbere. Um critério que deve ser examinado para abater as vacas é a qualidade do úbere. Produtores de gado de corte não são tão propensos a pensar sobre saúde e forma do úbere quanto os produtores de leite, mas esse atributo afeta a produtividade da vaca e deve ser considerado.

Pesquisas americanas mostram que vacas com um ou dois quartos secos tinham bezerros com pesos de desmame severamente reduzidos em comparação com vacas sem quartos secos. Além disso, vacas com úbere de má qualidade tendem a transmitir essa característica para as filhas que podem ser mantidas como novilhas de reposição.

Dois problemas comuns que podem ocorrer nos úberes são tetos grandes e em forma de funil, que dificultam para o bezerro ingerir o leite e o colostro, bem como enfraquecimento dos ligamentos que sustentam o úbere, o que também dificulta a ingestão do bezerro, bem como aumenta as chances de infecção, fato que vai ocorrendo conforme a vaca envelhece.

Condição corporal. O ideal é descartar vacas mais velhas antes que haja grande perda da condição corporal. As vacas mais magras e fracas têm mais dificuldades em caminhar dentro da fazenda, além de terem um rendimento bem menor de carcaça.

Vacas que exigem atenção individual. Aumentam o custo de manutenção, diminuindo a produtividade.

Temperamento. As vacas mais bravas também dificultam o manejo, devendo marcadas a fogo com um ferro “V” (para Venda) quando forem por qualquer motivo de manejo, identificadas.

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Fontes consultadas:


Descarte de vacas é essencial para manter produtividade nas propriedades 

Proper Cow Culling Important To Your Business 

O acerto do descarte ao lucro da cria
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