Pneumonia em confinamentos: o que você precisa saber!

Postado em: 29/03/2022 | 4 min de leitura Escrito por:
A prevalência de doenças nos confinamentos de bovinos é influenciada por muitos fatores, incluindo o estado imunológico, nível de estresse, carga de patógenos, meio ambiente, fator nutricional e manejo alimentar, bem como o nível de intensificação das práticas de produção animal. Além disso, o movimento constante de entrada e saída de bovinos no confinamento torna o controle das doenças infecciosas um desafio, devido à constante exposição a patógenos, o estresse de agrupamento e a grande variação na origem dos animais.
 
A pneumonia é uma doença infecciosa que ocorre com mais frequência em bovinos jovens e em animais confinados em grupos, associados aos modernos sistemas de manejo intensivo de rebanhos de corte. As pneumonias estão presentes na maioria dos confinamentos do Brasil, seja na forma crônica ou aguda. Ambas trazem prejuízos, sendo a forma aguda responsável pela morte de animais não tratados em tempo hábil.
 
Surtos de doenças respiratórias em confinamento podem chegar até 75% de morbidade e ser a causa de até 70% das mortes de animais confinados, sendo que animais com pneumonia crônica tem redução de até 8,4% no seu peso final e perda de 24,7% na qualidade de carcaça.
 
Dentre os agentes etiológicos podem ser citados o Mycoplasma dispar, M. bovis, Ureaplasma diversum, Pasteurella haemolytica (Mannheimia haemolytica),  P. multocida, Haemophilus somnus, entre outros. 
 
Estas bactérias estão presentes normalmente na cavidade oro-nasal dos animais, mas, condições nas quais a imunidade do animal está em baixa, ou devido à entrada de outros outros agentes patogênicos, passam através das barreiras do trato respiratório, passando então a constituir colônias na porção frontal dos pulmões, causando a pneumonia.
 
A doença respiratória em animais confinados geralmente segue 3 etapas:
 
1° etapa: os fatores de estresse ocasionam uma queda dos mecanismos de defesa pulmonar (imunodepressão). Entre os fatores ambientais e de manejo que favorecem a ocorrência da enfermidade estão a superlotação, mistura de animais de diferentes idades e níveis imunológicos no mesmo lote, calor ou frio excessivo, elevada umidade relativa, instalações com ventilação deficiente, concentrações elevadas de poluentes e patógenos;
 
2° etapa: o status de imunodepressão do bovino possibilita que o vírus incubado ou transmitido por outro animal assuma a forma patogênica, proliferando-se e causando problemas respiratórios ainda classificados como uma pneumonia leve;
 
3° etapa: com a proliferação dos vírus, as células epiteliais do aparelho respiratório superior (vilosidades) são danificadas e, consequentemente, o animal fica exposto a infecções bacterianas secundárias (bactérias oportunistas), elevando ainda mais a gravidade da pneumonia, pois o agente bacteriano pode atingir o aparelho respiratório inferior (pulmões).
 
Os agentes virais associados a doenças do trato respiratório em confinamentos incluem rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR), parainfluenza-3 (PI3), vírus da diarreia viral bovina (BVD), vírus respiratório sincicial bovino (BRSV) e coronavírus entérico de bovinos.

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Sinais clínicos 
 
Os sinais clínicos podem variar desde leves até a morte. Entretanto, a DRB é frequentemente identificada por meio de depressão, perda de apetite, corrimento nasal e ocular, letargia, dificuldades respiratórias, febre ou qualquer combinação destes (VIANA et al., 2017).
 
Os animais acometidos ficam apáticos, se isolam dos demais, há aumento da frequência respiratória, febre em torno de 40 a 41ºC, crostas e secreção nas narinas, dificuldades respiratórias e perda de apetite.
 
Deve se atentar ao aparecimento abrupto de animais mortos na propriedade, pois esse pode ser um indicativo de que há um surto de pneumonia no rebanho.

Diagnóstico
 
O exame histopatológico de amostras de pulmões coletadas em abatedouros é uma ferramenta de triagem importante como método diagnóstico de suporte dos rebanhos. Além dos dados clínicos, destacam-se alguns exames complementares que podem auxiliar no diagnóstico e diferenciação dos processos pneumônicos. O hemograma fornece informações esclarecedoras e pode ajudar a determinar se a infecção é viral ou bacteriana.
 
Controle
 
Para um controle efetivo da pneumonia nos confinamentos, a implantação dos manejos de gestão e preventivo é extremamente importante.
 
O manejo de gestão consiste em adotar qualquer prática que possa minimizar o estresse do animal, principalmente antes e nos primeiros 15 dias de confinamento, período crítico que pode causar a imunodepressão dos animais.
 
Já o manejo preventivo visa a implantação de um protocolo de vacinação contra doenças respiratórias, com intuito de diminuir a incidência e possíveis riscos de surto, além de estabelecer o protocolo de tratamento das pneumonias de forma aguda.
 
Tratamento
 
O tratamento depende da causa e etiologia da doença. Nas bacterianas, é necessário lançar mão de antibioticoterapia injetável, diminuindo assim a transmissão da doença e consequentemente a incidência de pneumonia no rebanho.
 
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Fontes:
 
CARNEIRO W.B.C. Pneumonia em bovinos de confinamento. 2019. 29f. Trabalho de. Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) – UniRV- Universidade de Rio Verde. (https://www.unirv.edu.br/conteudos/fckfiles/files/TCC%20WEISSNER%20BRUNO%20-%20EM%20PDF.pdf) 
 
Pneumonias em confinamento (https://www.beefpoint.com.br/pneumonias-em-confinamento-71113/)
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