Aditivos alimentares: 4 fatores essenciais que devem ser considerados

Postado em: 30/03/2020 | 3 min de leitura Escrito por:
A alimentação de vacas de alta produção continua desafiando produtores de leite e nutricionistas. Além disso, as margens de lucro das fazendas leiteiras variam conforme os preços do leite e os custos de ração mudam anualmente. 
 
Os custos de alimentação representam o maior custo de insumo para produzir leite (estimado em 35 a 50%). Os aditivos “são substâncias ou microrganismos adicionados à dieta intencionalmente, que tenham ou não valor nutricional e, que podem provocar mudanças metabólicas que influenciem positivamente o desempenho animal”.
 
Vários aditivos alimentares contêm nutrientes, como sódio em bicarbonato de sódio ou proteína na cultura de leveduras. Os aditivos para a alimentação animal não são um requisito nem garantem alta produtividade ou lucratividade.
 
Apesar dos benefícios comprovados de muitos aditivos em dietas de ruminantes, sua inclusão não corrige falhas de manejo alimentar. O objetivo de sua utilização é realizar um ajuste fino da dieta e promover melhorias quando o manejo já está adequado.
 
Inúmeros aditivos são estudados e utilizados em dietas de vacas leiteiras com diversos benefícios potenciais. O principal mecanismo de ação de muito deles é a mudança na fermentação ruminal, como no caso os ionóforos, leveduras, probióticos, tamponantes, enzimas, óleos essenciais, entre outros.
 
O aditivo é o topo da pirâmide do manejo alimentar e por si só não resolve problemas. Isso precisa estar claro, pois há muitos produtos no mercado, sendo alguns com promessas milagrosas. É fundamental estar atento a pesquisas e materiais científicos de qualidade que comprovem a melhora do desempenho proporcionado pelo aditivo escolhido.
 
4 fatores essenciais que precisam ser considerados
 
Quatro fatores podem ser considerados para determinar se um aditivo alimentar deve ser usado: 
 
1) Resposta antecipada
 
A resposta refere-se às alterações de desempenho esperadas que o usuário poderia esperar ou antecipar quando um aditivo de alimentação é incluído. Vários exemplos estão listados abaixo:
 
- Maior produção de leite (pico de leite e/ou persistência do leite);
- Aumento dos componentes do leite (proteína e/ou gordura);
- Maior ingestão de matéria seca;
- Estimular a síntese microbiana do rúmen da produção de proteínas e/ou ácidos graxos voláteis (AGV);
- Aumentar a digestão no trato digestivo;
- Estabilizar o ambiente ruminal e o pH;
- Melhorar o crescimento (ganho e/ou eficiência alimentar);
- Reduzir os efeitos do estresse térmico;
- Melhorar a saúde (como menos cetose, reduzir a acidose ou melhorar a resposta imune)
 
2) Retorno econômico
 
Os retornos refletem a lucratividade do uso de um aditivo selecionado. Se a melhoria do leite é a resposta mensurável, um ponto de equilíbrio pode ser calculado. Por exemplo, um consultor recomenda um aditivo que aumenta o custo da alimentação em 50 centavos de por dia. Se o leite é avaliado em 1,3 Reais por quilo, toda vaca deve produzir 0,38 kg a mais de leite para cobrir o custo adicional associado ao aditivo.
 
Outra consideração é se todas as vacas receberem o aditivo, mas apenas vacas frescas com menos de 100 dias responderem. As vacas respondentes devem cobrir os custos adicionais de todas as vacas (vacas responsivas e não responsivas). Uma diretriz é que um aditivo deve retornar R$ 2 ou mais por cada Real investido para cobrir vacas que não respondem e condições de campo que possam minimizar a resposta prevista.
 
3) Pesquisa disponível 
 
A pesquisa é essencial para determinar se as respostas medidas experimentalmente podem ser esperadas em campo. Os estudos devem ser conduzidos sob condições controladas e imparciais, analisando ??estatisticamente os resultados (para determinar se as diferenças são repetíveis) e realizados sob projetos experimentais que seriam semelhantes às situações de campo.
 
4) Respostas de campo
 
Os resultados obtidos em fazendas individuais são a recompensa econômica. Os gerentes e nutricionistas de laticínios devem ter dados para comparar e medir as respostas. Várias ferramentas para medir resultados (para avaliar as respostas em uma fazenda) incluem registros de leite (leite de pico, persistência, componentes do leite e curvas de leite), resumos reprodutivos, dados de contagem de células somáticas, consumo de matéria seca, gráficos de crescimento de novilhas, gráficos de condição corporal e perfis de saúde do rebanho, o que permitirá a avaliação crítica de um aditivo selecionado.
 
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Fonte consultada:
 
Feed Additives for Dairy Cattle (https://dairy-cattle.extension.org/feed-additives-for-dairy-cattle/) 

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