Como funcionam os aditivos na dieta de vacas leiteiras?

Postado em: 04/04/2022 | 4 min de leitura Escrito por:
A alimentação de vacas de alta produção continua desafiando produtores de leite e nutricionistas. Além disso, as margens de lucro das fazendas leiteiras variam conforme os preços do leite e os custos de ração mudam anualmente. 
 
Os custos de alimentação representam o maior custo de insumo para produzir leite (estimado em 35 a 50%). Por isso, existem algumas estratégias de manejo que podem ser bastante eficientes para melhorar a nutrição e o desempenho dos animais. Uma dessas estratégias é o uso de aditivos.
 
Os aditivos “são substâncias ou microrganismos adicionados à dieta intencionalmente, que tenham ou não valor nutricional e, que podem provocar mudanças metabólicas que influenciem positivamente o desempenho animal”.
 
Apesar dos benefícios comprovados de muitos aditivos em dietas de ruminantes, sua inclusão não corrige falhas de manejo alimentar. O objetivo de sua utilização é realizar um ajuste fino da dieta e promover melhorias quando o manejo já está adequado.
 
Vários aditivos alimentares contêm nutrientes, como sódio em bicarbonato de sódio ou proteína na cultura de leveduras. Os aditivos para a alimentação animal não são um requisito nem garantem alta produtividade ou lucratividade.
 
Inúmeros aditivos são estudados e utilizados em dietas de vacas leiteiras com diversos benefícios potenciais. O principal mecanismo de ação de muitos deles é a mudança na fermentação ruminal, como no caso os ionóforos, leveduras, probióticos, tamponantes, enzimas, óleos essenciais, entre outros.
 
O aditivo é o topo da pirâmide do manejo alimentar e por si só não resolve problemas, isso precisa estar claro, pois há muitos produtos no mercado, sendo alguns com promessas milagrosas. É fundamental estar atento a pesquisas e materiais científicos de qualidade que comprovem a melhora do desempenho proporcionado pelo aditivo escolhido.
 
Os benefícios que os aditivos trazem aos animais, podem ser agrupados em diversas categorias, dentre elas:

 
Em vermelho, as categorias e, em preto, alguns exemplos de aditivos que podem ser utilizados em cada função listada.

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Como decidir se você deve utilizar ou não um aditivo?
 
Quatro fatores podem ser considerados para determinar se um aditivo alimentar deve ser usado: 
 
1) Resposta antecipada
 
A resposta refere-se às alterações de desempenho esperadas que o usuário poderia esperar ou antecipar quando um aditivo de alimentação é incluído. Vários exemplos estão listados abaixo:
 
  • Maior produção de leite (pico de leite e/ou persistência do leite);
  • Aumento dos componentes do leite (proteína e/ou gordura);
  • Maior ingestão de matéria seca;
  • Estimular a síntese microbiana do rúmen da produção de proteínas e/ou ácidos graxos voláteis (AGV);
  • Aumentar a digestão no trato digestivo;
  • Estabilizar o ambiente ruminal e o pH;
  • Melhorar o crescimento (ganho e/ou eficiência alimentar);
  • Reduzir os efeitos do estresse térmico;
  • Melhorar a saúde (como menos cetose, reduzir a acidose ou melhorar a resposta imune)
 
2) Retorno econômico
 
Os retornos refletem a lucratividade do uso de um aditivo selecionado. Se a melhoria do leite é a resposta mensurável, um ponto de equilíbrio pode ser calculado. Por exemplo, um consultor recomenda um aditivo que aumenta o custo da alimentação em 50 centavos de por dia. Se o leite é avaliado em 1,3 Reais por quilo, toda vaca deve produzir 0,38 kg a mais de leite para cobrir o custo adicional associado ao aditivo.
 
Outra consideração é avaliar quais vacas respondem ao uso do aditivo. Por exemplo, se todas as vacas recebem o aditivo, mas apenas vacas frescas com menos de 100 dias respondem, as vacas respondentes devem cobrir os custos adicionais de todas as vacas (vacas responsivas e não responsivas). Uma diretriz é que um aditivo deve retornar R$ 2 ou mais por cada Real investido para cobrir vacas que não respondem e condições de campo que possam minimizar a resposta prevista.
 
3) Pesquisa disponível 
 
A pesquisa é essencial para determinar se as respostas medidas experimentalmente podem ser esperadas em campo. Os estudos devem ser conduzidos sob condições controladas e imparciais, analisando estatisticamente os resultados (para determinar se as diferenças são repetíveis) e realizados sob projetos experimentais que seriam semelhantes às situações de campo.
 
4) Respostas de campo
 
Os resultados obtidos em fazendas individuais são a recompensa econômica. Os gerentes e nutricionistas de fazendas leiteiras devem ter dados para comparar e medir as respostas. Várias ferramentas para medir resultados (para avaliar as respostas em uma fazenda) incluem registros de leite (pico de produção, persistência, componentes do leite e curvas de leite), resumos reprodutivos, dados de contagem de células somáticas, consumo de matéria seca, gráficos de crescimento de novilhas, gráficos de condição corporal e perfis de saúde do rebanho, o que permitirá a avaliação crítica de um aditivo selecionado.
 
Mais informações: 
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Fontes:
 
Suplementação de vacas leiteiras com aditivos (https://www.educapoint.com.br/v2/blog/pecuaria-leite/suplementacao-vacas-leiteiras-com-aditivo/)
 
Aditivos alimentares: 4 fatores essenciais que devem ser considerados (https://www.educapoint.com.br/v2/blog/pecuaria-leite/aditivos-alimentares-4-fatores-essenciais/)
 
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