Água de bebida: por que é tão importante para bezerras?

Postado em: 20/03/2019 | 16 min de leitura Escrito por:

Por Carla Maris Machado Bittar e Gercino Ferreira Virginio Júnior.

Artigo publicado anteriormente no site MilkPoint.


A água é um nutriente essencial e é o segundo elemento em importância, atrás do oxigênio, que sustenta a vida e o crescimento de um organismo vivo. Quando as necessidades dos animais em água não são atendidas ocorrem prejuízos das funções corporais tanto em curto quanto em longo prazo, que por sua vez refletem em desempenho reduzido. Infelizmente, as necessidades de água em bovinos são muitas vezes negligenciadas em comparação com as exigências de outros nutrientes.

Em criações leiteiras, a situação é ainda pior para as bezerras em comparação com as vacas. A água contribui para cerca de 80% do peso vivo de bezerras recém-nascidas da raça Holandesa. O conteúdo de água corporal diminui drasticamente à medida que os bezerros crescem e depositam mais gordura. Esse teor no corpo, no entanto, permanece acima de 70% até cerca de 40 dias de idade, e ainda é 10% maior comparado a animais adultos. Além disso, os neonatos perdem um grande volume de água devido à diarreia, o que é aparentemente inevitável em muitas criações. As perdas de água corporal aumentam ainda mais durante as épocas mais quentes. Embora a água seja um nutriente vital para os bezerros, a exigência foi mal descrita no último modelo de exigência de nutrientes publicado (NRC, 2001).

Semelhante a outros mamíferos, os bezerros satisfazem suas necessidades de água por meio de três métodos:

(1) água de bebida

(2) umidade dos alimentos

(3) água metabólica.

A contribuição relativa dessas fontes para a ingestão total de água varia significativamente entre bezerros e vacas adultas. Por exemplo, a água de bebida contribui para 82% do consumo total de água para vacas em lactação, enquanto sua contribuição é inferior a 20% para bezerros, pois recebem a maior parte de sua água via leite ou sucedâneos de leite. Portanto, a necessidade de água de bebida em bezerros parece ser insignificante quando separada da ingestão de alimento líquido.

Um estudo nos Estados Unidos publicado em 2014 mostrou que os produtores aguardam, em média, 17 dias para oferecer água aos bezerros recém-nascidos. No Brasil, um levantamento de 2015 mostra que somente 52% dos produtores oferecem água desde o primeiro dia de vida da bezerra, enquanto que 35% oferecem a partir do 5º dia, e 13% a partir do 15º dia de vida. Os produtores também parecem hesitar ao supor que isso cause diarreia. No geral, a falta de evidências científicas sobre a ingestão de água em bezerros recém-nascidos e seu efeito sobre o desempenho atrapalham os esforços de técnicos e pesquisadores no trabalho de conscientização de produtores para o fornecimento de água de bebida desde os primeiros dias de vida de bezerras.

É importante avaliar o efeito da idade em que água de bebida é oferecida aos bezerros pela primeira vez, pois há hipóteses de que esta prática, devido ao seu efeito em aumentar o consumo de dieta sólida, possa melhorar o desenvolvimento ruminal, aumentando assim a disponibilidade de nutrientes para o crescimento e desenvolvimento. No entanto, nenhuma tentativa sistemática foi feita para estudar esta ligação entre a disponibilidade de água e de nutrientes para o animal.

Pensando nisso, Wickramasinghe e colaboradores (2019) desenvolveram uma pesquisa para avaliar os efeitos do fornecimento de água de bebida desde o nascimento em comparação com a oferta a partir dos 17 dias de vida, e como isso poderia alterar a ingestão de leite e de concentrado, o desempenho e a saúde em bezerras leiteiras alimentadas com dieta líquida à vontade.

Trintas bezerras Holandesas foram utilizadas para esse experimento, sendo distribuídas aleatoriamente para cada um dos dois tratamentos: fornecimento de água desde o nascimento (W0) e fornecimento de água potável 17 dias após o nascimento (W17).  Todos os bezerros foram alojados em galpão com baias individuais até 10 semanas. No final da semana 10, os bezerros foram alojados e alimentados em grupos.

Uma vez ofertada, cada bezerro teve acesso individual livre à vontade de água de bebida em um balde de plástico durante todo o estudo. Cada balde de plástico tinha uma capacidade máxima de 7,5 L, e eram cheios com água potável limpa. O peso (balde + água) foi registrado antes de ser oferecido aos bezerros às 07:00 h. O volume de água era monitorado as 14h e 22h e mantido acima de 50% do volume total do balde ao longo do dia. Os baldes e a água restante eram pesados antes da oferta de água na manhã seguinte. O consumo de água de bebida (CAB; kg/d) foi calculado usando a diferença entre o peso da água fresca e o peso da água restante. Um conjunto separado de baldes de água com volumes de água semelhantes foi usado para medir as perdas de água por evaporação, para as quais os cálculos do consumo de água foram corrigidos.

Todos os bezerros foram alimentados com 2 kg de leite pasteurizado, em cada um dos três tempos de alimentação por dia (06:00, 14:00 e 22:00 h) até os 14 dias de idade, totalizando 6 kg/d. De 14 a 42 dias, o volume de leite aumentou para 3,2 kg/bezerro por horário, resultando em 9,6 kg/d. A partir do dia 42, o leite era oferecido em apenas um horário por dia (22 h) até que foram completamente desaleitados no dia 49. O consumo foi devidamente registrado. Todos os bezerros receberam leite do mesmo lote pasteurizado em cada mamada. Todos os bezerros tiveram livre acesso a uma ração peletizada com grão de milho integral (89% MS, 18% PB, 3,5% de gordura bruta, 10% de fibra bruta, 13% FDA) em baldes de plástico até 10 semanas de idade.

Os cochos de alimentação foram separados dos baldes de água usando uma prancha de metal para reduzir as contaminações umas das outras. Todos os bezerros foram alimentados com o mesmo lote de concentrado ao longo de 10 semanas. O consumo diário de concentrado foi também devidamente registrado. Foram realizadas coletas fecais imediatamente após a alimentação no dia 69, durando 48 horas para avaliação da digestibilidade de nutrientes.

A consistência fecal dos bezerros foi pontuada em uma escala de 1 a 4 (1 = normal, 2 = fezes viscosas, 3 = fezes escorrendo e 4 = fezes com respingos). Bezerros com uma pontuação fecal de 2 ou mais receberam 2 kg de solução eletrolítica (solução de 5,5 a 7,0% de sódio, 1,65% de potássio) antes da alimentação matinal. Os bezerros com escore fecal de 4 receberam um volume extra da solução antes do aleitamento da tarde até a consistência se tornar normal.

O sangue foi coletado de 2 a 3 horas (09:00 h) após a alimentação matinal nos dias em que as medidas corporais foram registradas. Posteriormente centrifugado e armazenado. As amostras de sangue foram também analisadas quanto ao hematócrito (Hct), Na, K e pH utilizando um sistema analisador de sangue portátil.

Os efeitos do tratamento nas medições do CAB e da ingestão total de água são apresentados na Tabela 1. Os CAB médios em cada semana do experimento são mostrados na Figura 1. Os bezerros do tratamento W0 consumiram em média 0,75 kg/d de água, exceto a água consumida pelo leite durante os primeiros 16 dias (P <0,01), quando tiveram consumo médio de leite de 6,25 kg/d. Assumindo que a água compreende 87% de leite, a ingestão total média de água durante este período foi de 6,19 kg/d. Dado o fato de que 45% dos bezerros leiteiros recebem menos de 5,0 kg de dieta líquida diariamente e os produtores esperam, em média, 17 dias para oferecer água de bebida a bezerros recém-nascidos, um grande número de animais parece consumir menos água do que sua exigência durante as primeiras 2 semanas de sua vida.

Figura 1 - Média semanal (± SEM) de consumo de água de bebida (CAB) e ingestão inicial de bezerros da raça Holandesa recebendo água de bebida desde o nascimento (W0) ou 17 dias após o nascimento (W17) durante as primeiras 10 semanas de vida. Todos os bezerros foram parcialmente desaleitados, reduzindo-se a oferta de leite em dois terços aos 42 dias de idade e completamente desmamados aos 49 dias de idade.

Apesar do aumento progressivo no PC (Figura 2), os bezerros W0 apresentaram CAB semelhante (0,82 kg/d), mesmo durante o restante do período de aleitamento (Tabela 1 e Figura 1). Em consonância com o aumento da oferta de leite (6,0 a 9,6 kg/d) com 2 semanas de idade, os W0 consumiram quase 2,0 kg/d mais leite entre 16 e 42 dias de idade comparado com o consumo de leite durante os primeiros 16 dias (8,20 vs 6,25 kg / d). Consequentemente, o consumo total diário de água aumentou em 1,77 kg/d dos primeiros 16 dias até o restante do período anterior (7,96 versus 6,19 kg / dia, Tabela 1). Esse incremento parece ser adequado o suficiente para atender às necessidades de água corporal para deposição tecidual e manutenção do aumento do PC.

Figura 2 - Média semanal (± SEM) PC dos bezerros da raça Holandesa recebendo água de bebida desde o nascimento (W0) ou 17 dias depois (W17) durante as primeiras 10 semanas de vida. Todos os bezerros foram parcialmente desaleitados, reduzindo a oferta de leite em dois terços aos 42 dias de idade e completamente desmamados aos 49 dias de idade.

Tabela 1. Ingestão de água de bebida (CAB), consumo de leite integral pasteurizado, consumo inicial e consumo total de água de bezerros da raça Holandesa recebendo primeiramente água de bebida desde o nascimento (W0) ou 17 dias depois (W17). 

Há uma relação inversa entre a água corporal e o conteúdo de gordura corporal, ou seja, os animais depositam gordura deslocando a água do corpo, podendo diminuir em até 80% o conteúdo total de água corporal nos primeiros 40 dias. No geral, o aumento potencial na necessidade de água corporal de bezerros em crescimento parece ser mais lento do que a taxa de crescimento corporal. Como foram oferecidas quantidades a vontade de água de bebida e leite, as medições de consumo total de água na Tabela 1 podem ser consideradas como medições voluntárias de ingestão de água, refletindo potencialmente a necessidade total de água do corpo. Ao contrário da água no leite, que é desviado diretamente para o abomaso, a água de bebida entra no rúmen e tem papel importante no seu desenvolvimento. Portanto, o CAB voluntário de bezerros em aleitamento (0,75 a 0,82 kg / d, Tabela 1) parcialmente representa uma exigência hídrica do rúmen em desenvolvimento.

Quando a água estava disponível, os bezerros W17 consumiram, em média, cerca de 0,48 kg / d (59%) mais água (P <0,001) do que os W0 entre os dias 17 e 42 (Tabela 1). Esse incremento no consumo de água foi constante até que os bezerros foram desaleitados parcialmente (Figura 1). Portanto, a idade em que a água de bebida é oferecida aos bezerros pode ser uma variável importante a ser considerada na determinação do consumo de água dos bezerros antes do desaleitamento. Além disso, o consumo excessivo de água pode afetar a fermentação microbiana no rúmen e, consequentemente, o desenvolvimento ruminal.

Uma vez que os bezerros foram completamente desaleitados, o CAB dos dois grupos aumentou de 2,00 para 5,30 kg/dia (Tabela 1). Em termos de consumo total de água (CAB mais água no leite e no concentrado), os bezerros consumiram mais água durante o período aleitamento em comparação com o período pós-desaleitamento (por exemplo, 6,19 e 7,96 vs. 4,42 e 5,48 kg / d; Tabela 1). Os bezerros necessitam de mais água, em parte devido ao aumento das perdas de água por diarreia, o que é aparentemente inevitável durante o período de aleitamento. Além disso, os bezerros recém-nascidos podem ter uma necessidade inerentemente maior de água do que os bezerros maduros, já que seu conteúdo de água corporal é muito maior do que os bezerros aos 60 dias de idade.

Independentemente do tratamento, os bezerros deixaram de consumir, em média, 0,62 ± 0,09 kg/dia e 1,27 ± 0,09 kg/dia do leite fornecido durante as primeiras 2 semanas. Os bezerros W0 consumiram, em média, 360 g/d (6,25 vs 5,89 kg/d) e 240 g/d (8,20 vs. 7,66 kg/d) mais leite do que os W17 bezerros durante os primeiros 16 dias, respectivamente (Tabela 1).

A ingestão de concentrado aumentou significativamente, uma vez que os bezerros foram parcialmente desaleitados e ultrapassaram o consumo de 2,0 kg/d algumas semanas após o desaleitamento total (Tabela 1). O consumo de concentrado foi positivamente associado ao CAP ao longo do estudo (Figura 1). No entanto, a relação foi muito mais forte durante o período pós-desaleitamento do que o período aleitamento (r = 0,85 vs. 0,14), sugerindo que a forte relação positiva entre ingestão de água potável e ingestão inicial é razoavelmente aplicável a bezerros alimentados com menores volumes de dieta líquida, o que é o caso na maioria das fazendas.

A ingestão de nutrientes foi semelhante entre os bezerros W0 e W17, principalmente devido à ingestão de concentrado semelhante durante os 2 dias finais do experimento (d 69 e 70) quando as amostras de fezes foram coletadas. A digestibilidade aparente do trato total (DATT) média dos nutrientes (Tabela 2) é consistente com os valores previamente relatados. A digestibilidade do amido e da PB não foi afetada pela idade em que foi oferecida água de bebida aos bezerros pela primeira vez (P> 0,550). Em comparação com os bezerros W17, os animais W0 tiveram maior DATT de FDA (P = 0,047) e tenderam a ter maior DATT de FDN (P = 0,078), sugerindo um desenvolvimento ruminal mais precoce. No entanto, as diferenças na digestibilidade do FDA e FDN não tiveram efeito sobre a digestibilidade da MS (Tabela 2). O aumento da digestibilidade do FDA e FDN foi relacionado a melhor eficiência de conversão alimentar pós-desaleitamento (P = 0,057, Tabela 2), ??corroborando ao fato de que o aumento da digestibilidade da fibra melhora consideravelmente a eficiência de utilização dos ruminantes.

Tabela 2. Consumo de nutrientes, digestibilidade aparente do trato total (DATT,%) de nutrientes e eficiência de conversão alimentar (ECA) de bezerros da raça Holandesa recebendo água de bebida desde o nascimento (W0) ou 17 dias depois (W17). 

Ao contrário do leite, que é desviado diretamente para o abomaso devido a goteira esofágica, a água de bebida é capaz de entrar no rúmen e tornar-se parte integrante do seu desenvolvimento. A água de bebida pode afetar o desenvolvimento ruminal e o estabelecimento de seu microbioma alterando o pH, a mistura e a passagem da digesta e a composição de AGV semelhante ao que foi mostrado no microbioma de bovinos adultos e humanos.

 A contribuição do rúmen para a digestibilidade da fibra no trato total é substancialmente maior do que a contribuição das outras partes do intestino, a melhor digestibilidade da FDN e FDA sugere que há um aumento da função ruminal em bezerros quando a água de bebida é oferecida desde o nascimento.

A severidade da diarreia e o número de dias com diarreia para os bezerros W0 e W17 são apresentados na Tabela 3, assim como alguns parâmetros sanguíneos importantes relacionados à diarreia.

Tabela 3 - Atributos da diarreia e alguns parâmetros sanguíneos de bezerros da raça Holandesa recebendo água de bebida desde o nascimento (M0) ou 17 dias depois (M17).

A idade em que a água foi oferecida não teve efeito sobre a severidade da diarreia (P = 0,209) ou o número de dias que os bezerros tiveram diarreia (P = 0,890). O desequilíbrio eletrolítico, a desidratação (indicada pelo Ht elevado no sangue) e o pH sanguíneo reduzido (indicativo de acidose metabólica) são as consequências mais significativas da diarreia em bezerros enquanto a concentração de haptoglobina (HPT) é uma ferramenta útil na avaliação do estado de saúde de bezerros leiteiros.  

Os parâmetros sanguíneos não foram afetados, exceto a concentração de Na, reforçando a observação de que a oferta de água de bebida a bezerros recém-nascidos não afeta a diarreia ou o estado geral de saúde dos bezerros. A concentração sanguínea de Na de bezerros W17 foi maior que a dos bezerros W0 (136,6 vs. 135,2 mmol/L; P = 0,035). No entanto, nenhuma dessas concentrações foi representativa de consequências graves associado com diarreia.

A idade de fornecimento de água não afetou nenhuma das variáveis analisadas. No entanto, vale ressaltar que: 1) a temperatura ambiente nesse experimento variou entre 5 e 24ºC; 2) os bezerros eram diagnosticados e tratados para diarreia diariamente; e 3) foram alimentados com volume relativamente grande de leite (6,0 a 9,6 kg/d), contribuindo para a ingestão total de água no período em que ocorrem mais de 90% dos casos de diarreia (6 a 21 dias de idade). Efeitos mais proeminentes da privação de água poderiam ser esperados entre os bezerros com menor oferta de dieta líquida, criados em condições de clima quente associadas a perdas de água do corpo e que o tratamento para diarreia não é realizado frequentemente.

Quando oferecidos desde o nascimento, bezerros leiteiros neonatais ingeriram uma quantidade significativa de água de bebida, o que poderia melhorar o desempenho do crescimento, tanto no pré quanto no pós-desaleitamento, possivelmente através de um efeito positivo no desenvolvimento ruminal e na eficiência de utilização dos nutrientes.

Referências bibliográficas

Wickramasinghe, H. K. J. P.;  Kramer, A. J. ; Appuhamy,  J. A. D. R. N. 2019. Drinking water intake of newborn dairy calves and its effects on feed intake, growth performance, health status, and nutrient digestibility. J. Dairy Sci. 102:377–387

Comentários

Infelizmente ainda hoje nos deparamos com produtores resistentes com a ideia de fornecer água de bebida aos bezerros em aleitamento desde o nascimento. Normalmente essa resistência está associada a dois motivos principais: 1) a percepção de que uma vez que o bezerro recebe leite ele não precisa de água de bebida; 2) o fornecimento de água ocasiona diarreia em bezerros leiteiros.

O trabalho apresentado mostrou a importância de se fornecer água de bebida desde o nascimento, mesmo para animais recebendo altos volumes de dieta líquida. O trabalho mostra que animais que não recebem água acabam consumindo mais dieta líquida na tentativa de atender sua necessidade em água. No entanto, caso os animais não sejam manejados em programa alimentar com fornecimento de altos volumes de dieta líquida esta compensação não será possível. Isso é ainda mais agravado no caso de animais que sejam criados em regiões de clima mais quente, onde a exigência por água é ainda maior, e em situações de alta ocorrência de diarreias.

Embora o produtor muitas vezes entenda que o fornecimento de água está relacionado a ocorrência de diarreia, está na verdade relacionada a manutenção da hidratação dos animais. A não ser que a qualidade da água seja baixa e com contaminação de microrganismos, não existe relação entre água e diarreia. Ainda, mesmo em animais em aleitamento intensivo, o fornecimento de água desde o nascimento resultou em melhor digestibilidade de fibra sugerindo desenvolvimento ruminal mais precoce. Isso ocorre não só pelo estímulo ao consumo de concentrado (mais sutil neste trabalho devido ao alto fornecimento de dieta líquida), mas também devido ao papel da água nos processos de fermentação no rúmen. É importante lembrar que a água de bebida segue o caminho do rúmen, enquanto que a dieta líquida segue para o omaso e abomaso, devido ao fechamento da goteira esofágica.

Assim, embora altos volumes de dieta líquida possam compensar o não fornecimento de água por uns dias, atendendo a exigência dos animais, não haverá o atendimento da exigência do rúmen para seu desenvolvimento. Não esqueça de fornecer água de boa qualidade, sempre fresca e em baldes limpos para seus bezerros desde o nascimento!

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