A tripanossomíase causa
inúmeros prejuízos econômicos, não só pelas mortes nos rebanhos, mas, principalmente, pela queda de produção dos animais afetados.
Sua ocorrência no país tem aumentado assustadoramente, e um dos principais agravantes é a
forma silenciosa que ela pode apresentar nos animais afetados.
Com maior frequência nos rebanhos leiteiros, a transmissão da tripanossomíase ocorre, principalmente, pelo compartilhamento de
seringas e agulhas contaminadas, mas há outras práticas que favorecem sua disseminação entre os animais.
Um dos maiores especialistas na doença, o professor
Fabiano Cadioli, dá 3 dicas práticas para evitar a transmissão do
Trypanosoma vivax no rebanho:
Dica #1: Evite o compartilhamento de agulhas e seringas
Com relação ao uso de ocitocina nos rebanhos, é sempre importante que se
evite o compartilhamento de agulhas e seringas entre os animais, pois isso pode levar a infecção de um animal para outro.
Assim, o ideal é
utilizar doses já prontas de ocitocina, preparadas já na seringa para cada animal antes da ordenha e já descartar o material após a utilização. Isso ajuda muito a conter a disseminação da doença dentro dos rebanhos.
(Confira mais sobre a principal forma de transmissão da doença).
Dica #2: Tomar cuidado ao adquirir novos animais
Isso é importante especialmente nos casos em que o novo animal será inserido em um rebanho que aparentemente não apresenta o problema da tripanossomíase.
Atualmente, observamos que alguns animais são tratados com drogas específicas, como aceturato de diminazeno, que causam uma diminuição da parasitemia. Esse animal se torna aparentemente sadio, mas após o estresse de transporte e introdução nessa nova propriedade, ele começa a apresentar novos picos parasitêmicos, o parasita vai para a circulação e
esse animal recém introduzido passa a ser a fonte de infecção de todo o rebanho.
Dica #3: Monitorar permanentemente o rebanho
Para rebanhos que já estão infectados, a dica é
monitorar permanentemente o rebanho. É muito importante utilizar métodos de diagnóstico para avaliar se o tratamento está sendo efetivo ou não.
Além do mais, é importante saber quais animais estão respondendo efetivamente ao tratamento e quais não estão. Esses últimos podem manter a infecção ao longo do tempo no rebanho, podendo provocar novamente um surto.