Quatro passos para evitar a febre do leite no seu rebanho

Postado em: 09/12/2019 | 4 min de leitura Escrito por:
As vacas enfrentam uma série de desafios no período logo após parirem, muitos dos quais estão associados a desequilíbrios causados pelo parto. Embora alguns distúrbios metabólicos sejam óbvios e, portanto, mais fáceis de tratar, distúrbios como a hipocalcemia subclínica não mostram sinais óbvios.

Não é possível determinar a gravidade de um déficit de cálcio apenas olhando para uma vaca, de forma que não dá para saber se o animal está sendo afetado pela hipocalcemia subclínica e o quanto isso está afetando seu desempenho.

A hipocalcemia subclínica pode ser um encargo financeiro para as fazendas leiteiras de várias maneiras. As vacas podem ter imunidade prejudicada, o que pode levar a distúrbios subsequentes, como metrite e mastite. As vacas também podem ter um consumo de ração diminuído, o que pode aumentar as chances de deslocamento de abomaso, além da queda na produção de leite.

Não é uma doença que desaparece, independentemente do estilo de gerenciamento de uma operação. As vacas que estão bem preparadas para as próximas lactações produzirão mais colostro, causando aumento da saída de cálcio para as glândulas mamárias, o que aumenta o risco de hipocalcemia.

A boa notícia é que as perdas associadas à hipocalcemia subclínica podem ser minimizadas. Para otimizar a saúde e a produtividade das vacas frescas, Mark van der List, médico veterinário da Boehringer Ingelheim, incentiva os produtores a considerar o seguinte:

Passo 1: Preste atenção ao manejo de ração e condição corporal.

Uma ração bem formulada para o período de transição pode ajudar a manter os níveis de cálcio no sangue após o parto, o que afeta a produção futura de leite de uma vaca e a saúde pós-parto.

Vacas secas precisam de uma quantidade suficiente de energia, proteína, vitaminas e minerais em sua dieta. Isso inclui a suplementação de vacas em no pré-parto com sais aniônicos, o que criará uma dieta com diferença negativa catiônica-aniônica (DCAD). A seleção e o manejo adequados da ração são essenciais ao incorporar sais aniônicos na ração.

Quando você alimenta suas vacas com uma ração DCAD [negativa], é importante monitorar o pH da urina para garantir que a ração esteja atingindo o efeito desejado. Teste o pH da urina pelo menos uma vez por semana, de 12 a 14 vacas. O pH da urina de vacas que consomem dietas DCAD deve estar entre seis e sete para as vacas holandesas e entre 5,5 e 6,5 para as vacas Jersey.

Após o parto, a vaca deve receber uma ração equilibrada com forragens de alta qualidade, e os alimentos devem estar sempre acessíveis para incentivar a ingestão de matéria seca.

A condição corporal antes do parto é importante. Idealmente, o escore de condição corporal deve ser de 3,25 a 3,5. Também se recomenda uma densidade de estocagem em torno de 85% para garantir que não haja superlotação de animais e eles tenham acesso desimpedido à ração.

Passo 2: Otimize o conforto da vaca

O período do pós-parto é um dos momentos mais estressantes para as vacas, é necessário eliminar esse estresse o máximo possível.

Instalações limpas, incluindo cochos para alimentação e bebedouros, sistemas confortáveis de cama e refrigeração para minimizar o estresse por calor, contribuem para vacas saudáveis, mais preparadas para enfrentar os desafios do parto.

Se possível, alojar vacas em transição em instalações próprias para monitoramento mais próximo e reduzir o estresse social. Idealmente, as novilhas em lactação seriam separadas dos animais mais velhos para reduzir a competição no cocho.

Passo três: Suplemente o cálcio após o parto

Imediatamente após o parto, as vacas devem se ajustar à perda súbita de cálcio no sangue através do leite e colostro. Vacas mais velhas correm maior risco.

A administração de um suplemento de cálcio por via oral para vacas no parto e novamente 12 horas depois fornece cálcio muito necessário quando os níveis de cálcio no sangue estão mais baixos. A suplementação pode ser direcionada a um grupo de vacas ou ser dada a todas as vacas da segunda lactação em diante. Um veterinário pode ajudá-lo a desenvolver estratégias de suplementação com base na prevalência de hipocalcemia subclínica em seu rebanho.

O tamanho do suplemento e a forma de cálcio são aspectos importantes que os produtores devem considerar ao escolher um produto.

Passo 4: Monitore de perto as vacas que acabaram de parir

Mais de 35% de todas as vacas leiteiras têm pelo menos um evento de doença clínica durante os primeiros 90 dias de leite, por isso é importante observar essas vacas diariamente.

Observe cuidadosamente a vaca duas vezes por dia. Verifique se há secreção nasal, atitude deprimida, inapetência, secreção uterina, preenchimento do úbere e do rúmen, consistência do esterco e saúde dos cascos e pernas.

Ao detectar doenças e outros problemas mais cedo, os produtores podem tomar decisões críticas de gerenciamento em tempo hábil. Recomenda-se que os produtores trabalhem com um nutricionista e veterinário para desenvolver um abrangente programa de vacas em transição exclusivo para sua operação.

Este assunto é discutido em profundidade durante o curso online Manejo e nutrição de vacas em transição. O curso, ministrado por Rodrigo de Almeida, Médico Veterinário formado pela UFPR, aborda a fundo as mudanças que ocorrem no período, auxiliando os alunos na identificação dos principais problemas que acometem as vacas nesta fase, e como realizar o correto manejo nutricional para minimizar o impacto do período.

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* Baseado no artigo Four Steps To Avoid Milk Fever, de Mike Opperman, para a Dairy Herd Management.

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Fonte consultada:

Four Steps To Avoid Milk Fever (https://www.dairyherd.com/article/four-steps-avoid-milk-fever)








 

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