Como funciona a Escola de Doma Racional de novilhas da Fazenda Santa Luzia?

Postado em: 17/04/2019 | 4 min de leitura Escrito por:
Para que o processo de ordenha seja realizado da forma correta, é muito importante que os funcionários responsáveis pelas rotinas estejam treinados e capacitados, e que os equipamentos estejam funcionando perfeitamente. Mas isso não é suficiente!

A ordenha precisa ser um lugar agradável para as vacas, afinal são elas que produzem o leite que tanto desejamos na nossa produção. Assim, é fundamental que elas se sintam seguras e confortáveis durante os procedimentos, que não tenham medo dos funcionários e não se assustem com os equipamentos utilizados.

Nesse sentido, a doma de novilhas é uma técnica muito importante! Até o primeiro parto, elas não têm nenhum contato com o ambiente da ordenha, e deixar para fazer isso em sua fase mais crítica (após o parto), pode gerar muitos transtornos a esses animais e a todo o sistema.

Foi pensando nisso que a Fazenda Santa Luzia criou a Escola de Doma Racional (Centro de treinamento Girolando - José Mariano), um espaço exclusivo dentro da fazenda para a preparação de novilhas, e que leva o nome do funcionário responsável pela execução do trabalho, um dos mais capacitados da propriedade e com grande vivência das rotinas de manejo com os animais, Sr. José Mariano.

Os principais benefícios que a prática da doma de novilhas trouxe à Santa Luzia foram:

• Animais mais mansos e adaptados à rotina de ordenha;

• Maior produção de leite;

• Redução do tempo de ordenha;

• Vacas produzem leite sem ocitocina e sem bezerro ao pé;

• Índice de perdas por acidente praticamente nulo;

• Diminuição dos riscos aos quais os ordenhadores estão expostos.

Rotina

A prática começa no sábado, quando é montado um grupo com cerca de 16 novilhas. Elas passam o final de semana apenas fazendo a socialização no grupo e na segunda-feira começa o primeiro dia de trabalho.

O primeiro instrumento utilizado é a corda. O objetivo é lançar a corda sobre o animal, perto dele, no chão, para começar a expor os animais a práticas com as quais ainda não estão acostumados, mas com um objetivo muito claro de criar uma relação entre o homem e o animal.



A partir do segundo dia, são feitos grupos de três animais, quando é iniciado o processo de escovação, feita com um "cotonete", ou seja, um bastão com algo macio na ponta. O bastão nada mais é do que uma extensão do braço. Como o animal ainda não está totalmente manso, o bastão é utilizado para que se tenha segurança nesse processo.



A escovação é feita durante cinco minutos em cada animal. Após terminar todo o grupo de animais que estão passando pelo processo de doma, o tratador volta ao primeiro grupo de três e repete toda a operação.

Assim, às terças, quartas, quintas e sextas-feiras o trabalho realizado com os animais é a escovação. À medida que o manejador começa a ter segurança de que o animal está manso e que não há riscos para ele, começa a usar as mãos como instrumento. Isso ocorre normalmente às quintas ou sextas-feiras. Quando o animal começa a gostar da escovação, ele dá sinais disso, que podem ser percebidos pelo tratador.

Ao final de uma semana, a novilha é submetida a um teste, onde será aprovada ou reprovada. Se for aprovada, já vai para o lote de novilhas de pré-parto, que estão sendo preparadas para a ordenha. Caso seja reprovada, volta a compor o grupo de doma da próxima senana.

O teste é feito por outro tratador, que é o responsável pelo manejo da ordenha. Os animais recebem notas de 1 a 4, onde com as notas 1 e 2 o animal é aprovado, enquanto 3 e 4 é reprovado.

A novilha que recebe nota 1 é aquela que não tem nenhuma reação adversa, mesmo quando o tratador utiliza suas mãos. A de nota 2 também permite a escovação, mas pode ter uma reação inicial com a chegada do tratador, ficando tranquila após a aproximação inicial.

As novilhas de nota 3 apresentam reação à chegada do tratador e esboçam movimentação durante o manejo. Já as de nota 4 são as que fazem qualquer movimentação de coice. 

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