Preste atenção no botijão de sêmen

Postado em: 18/04/2019 | 4 min de leitura Escrito por:

Por José Luiz Moraes Vasconcelos e Ricarda Maria dos Santos.

Artigo publicado anteriormente no site MilkPoint.

Texto publicado na Dairy Herd Manegement por Dr. Joseph C Dalton.

Quando foi a última vez que você pensou sobre o armazenamento de sêmen e a gestão do botijão de nitrogênio líquido? Para garantir o potencial máximo de fertilidade do sêmen congelado nas palhetas, o botijão de nitrogênio líquido deve ser manejado corretamente. O botijão do nitrogênio líquido consiste em um tanque dentro de outro tanque, com isolamento a vácuo entre os tanques interno e externo.

Os botijões de nitrogênio líquido devem ser armazenados em uma área limpa, seca e segura, para garantir uma vida longa ao botijão, criar um ambiente seguro para o pessoal que o utiliza e para evitar roubo. Se o botijão tiver que ser transportado, prenda-o firmemente durante o transporte para evitar queda e danos no botijão, ambos geralmente resultam na perda prematura de nitrogênio líquido.

Independe de onde o botijão está armazenado, seja num escritório ou transportado em um veículo, um inventário detalhado do sêmen deve ser facilmente acessível, assim as palhetas podem ser localizadas e removidas do botijão rapidamente para evitar a exposição prolongada do sêmen a variações de temperatura.

Abaixo da linha de congelamento

Ao remover uma palheta do botijão de nitrogênio líquido, deve-se trabalhar rapidamente e manter a caneca e palhetas de sêmen não utilizados tão baixo quanto possível no pescoço do botijão. A melhor prática é manter todas as palhetas não utilizadas abaixo da linha de congelamento do pescoço do tanque. Embora a temperatura do nitrogênio líquido seja de -196 °C, existe um gradiente de temperatura no pescoço do botijão. Por exemplo, um botijão com de pescoço de 15 cm de altura pode ter uma temperatura de -75°C no meio do pescoço (7,5 cm abaixo do topo), enquanto a temperatura aos 2,5 cm abaixo do topo pode ser -15°C.

Dentro da palheta, a recristalização, definida como a transformação de pequenos cristais de gelo no fluido extracelular em cristais de gelo maiores, ocorre quando a temperatura muda de abaixo -130°C para acima -130°C e para abaixo de -130°C novamente. Os cristais de gelo maiores danificam as membranas e as organelas dos espermatozoides, a severidade dos danos é dependente da elevação da temperatura e da duração da exposição à temperatura acima de -130°C.

As injurias aos espermatozoides (avaliado pela variação na motilidade) também foram relatadas nas variações de temperatura acima de -80°C. Esses danos ao espermatozoide não podem ser corrigidos retornando as palhetas de sêmen ao nitrogênio líquido, e esses danos podem ser aditivos, cada vez que os espermatozoide é exposto às variações de temperatura.

Importância de ter nitrogênio suficiente

O nível de nitrogênio líquido em um botijão pode afetar drasticamente a temperatura das palhetas repetidamente levantadas e abaixadas no tanque. Em um experimento clássico, a elevação de uma caneca (contendo um rack com 5 palhetas de sêmen) no pescoço do tanque por aproximadamente 1 minuto resultou em um aumento da temperatura da palheta de -196 para -180°C, quando o botijão estava cheio de nitrogênio líquido.

O aumento na temperatura da palheta é minimizado quanto o rack está com nitrogênio líquido no início da exposição. Além disso, a temperatura da palheta atingiu -196°C quase imediatamente após o retorno a posição de armazenamento.

Quando o nível de nitrogênio líquido no botijão estava baixo (aproximadamente 14 cm), no entanto, a temperatura das palhetas aumentou de -196 para -123°C, e um minuto depois do retorno à posição de armazenamento, a temperatura das palhetas ainda não tinha atingido -196°C.

Em resumo, monitore o nível de nitrogênio líquido do seu botijão semanalmente, e nunca o deixe ficar abaixo de 15 cm. Retire as palhetas rapidamente e mantenha todas as outras palhetas não utilizadas abaixo da linha de congelamento do pescoço do tanque.
 

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