Manejo do pasto: qual o melhor tipo de pastejo para cada espécie forrageira?

Postado em: 28/09/2018 | 4 min de leitura Escrito por:

Para se obter resultados satisfatórios em sistemas de produção de leite ou carne, baseados em pastagens, é fundamental não só escolher a espécie forrageira mais adaptada às condições ambientais da sua região, como também manejar corretamente os pastos, montar uma infraestrutura que permita melhor conservação da área, e fazer um planejamento alimentar eficiente.

O manejo do pasto consiste em um conjunto de procedimentos adotados pelo manejador da pastagem para conduzir os animais para colher a forragem que foi produzida e que está disponível.

Para fazer o manejo do pasto, pode-se adotar diversos métodos de pastoreio:

- Lotação contínua: consiste em disponibilizar um piquete por lote de animais.

- Lotação alternada: consiste em disponibilizar dois piquetes por lote de animais.

- Lotação rotacionada: consiste em disponibilizar no mínimo três piquetes por lote de animais.

Para cada um desses métodos de pastoreio, pode-se trabalhar com taxa de lotação fixa, ou seja, o número de animais sempre é o mesmo, ou com taxa de lotação variável, em que varia o número de animais em função da variação na capacidade de suporte da pastagem.

Altura da planta

Considerando esses métodos, já foram estabelecidas condições alvo de manejo do pasto, que foram convertidas em um parâmetro prático: altura da planta.

Quando o método de pastoreio é de lotação contínua, não existem parâmetros referentes à altura da planta na entrada e na saída dos animais, pois eles permanecem continuamente no piquete. Nesse caso, o que deve-se estabelecer é a altura média ideal do pasto

Uma vez estabelecida essa altura média ideal do pasto, o manejador trabalha com algumas variáveis, visando manter essa condição alvo:

- número de animais no piquete;
- aumento ou redução da suplementação;
- aumento ou redução de adubação;
- uso de irrigação (ou não).

As espécies forrageiras mais recomendadas para o método de lotação contínua são as de crescimento rasteiro, como gramas e braquiárias. Nesse caso, a altura média ideal recomendada, que deve ser o alvo do manejo é:

- Gramas: 15 a 20 cm de altura.

- Braquiárias: 30 a 40 cm de altura.

Já quando o método de pastoreio é de lotação alternada e/ou rotacionada, há a necessidade de estipular um parâmetro alvo de altura de entrada e de saída dos animais. Nesse caso, forrageiras com outros hábitos de crescimento, como subprostrado e ereto também podem ser adotadas.

Touros que acabaram de entrar em um piquete de capim-mombaça, cuja altura alvo de pastoreio é 90 cm na entrada e 45 cm na saída dos animais.

Portanto, fica claro que o manejo do pasto não é planejado em função de dias fixos de ocupação e descanso, mas sim, em função de alturas alvos ou média de pastejo no pastoreio de lotação contínua, ou altura pré-pastejo e pós-pastejo nos pastoreios de lotação alternada e rotacionada.

Fatores relacionados à planta forrageira

A planta forrageira não responde a fatores de tempo, mas sim, a fatores de crescimento, como:

- Fotoperíodo: amplitude de horas de luz que tem em um dia;

- Temperatura;

- Água;

- Nutrientes.

Além disso, as plantas forrageiras sofrem a interferência de plantas invasoras, insetos, que diminuem seu vigor de crescimento e que, portanto, precisam ser controlados.

No mundo inteiro, onde se explora pastagens, o grande desafio é administrar a curva de estacionalidade de produção de forragens. A curva é determinada pelos elementos do clima.

Em 36% da superfície terrestre, a curva de estacionalidade de produção de forragem é determinada pela baixa temperatura; em 31% da superfície terrestre, é determinada pelo déficit hídrico; e em 24% da superfície terrestre, por ambos os elementos. Assim, em apenas 9% da superfície terrestre não há limitação nem de temperatura, nem de déficit hídrico.

A estacionalidade é medida pela diferença na produção de forragem na estação mais favorecida e na estação menos favorecida. Na maior parte do Brasil, devido à sua localização tropical, o elemento que determina a curva de estacionalidade da produção de forragem é o déficit hídrico.

Dessa forma, aqui no Brasil, as plantas crescem muito mais rápido na primavera do que no outono ou inverno, devido aos fatores acima.

É importante destacar que quando a planta forrageira é colhida nessas alturas alvo, produz mais forragem, porque faz mais fotossíntese, além de persistir no sistema.

Fatores relacionados ao animal

Já do ponto de vista do animal, quando as alturas alvo citadas acima são respeitadas, colherá forragem de alta qualidade, com folhas novas, com alta concentração de nutrientes e maior digestibilidade. Além disso, o animal vai encontrar maior facilidade de apreensão dessa forragem, ingerindo mais forragem no menor tempo possível.

Assim, o manejo correto do pastejo:

- Maximiza o potencial da planta

- Maximiza o desempenho animal

Esses fundamentos podem ser aplicados tanto em uma fazenda de gado de leite como de corte. A melhor forrageira é aquela adaptada às condições ambientais e manejada corretamente.

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