Melhoramento genético: por onde começar?
Postado em: 23/10/2018 | 5 min de leitura
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Como começar um programa de melhoramento genético em uma fazenda leiteira?
Se você é produtor de leite e pretende começar um programa de melhoramento genético em sua fazenda, primeiro precisa entender o que é exatamente essa técnica e, em seguida, fazer uma avaliação minuciosa para entender o que precisa ser melhorado.
Afinal, nenhuma ferramenta gera os resultados esperados se não for utilizada da maneira correta e com um objetivo bem definido. Um martelo e um prego na mão não me garantem o quadro certo, na parede certa, na posição certa. No entanto, assim que defino qual o quadro, qual a parede e qual a posição, o uso da ferramenta é quase que 100% garantido.
O mesmo vale para ferramentas utilizadas na seleção e melhoramento genético de fazendas leiteiras. O primeiro passo é identificar o que se pretende com o melhoramento genético, qual o cenário atual da fazenda e qual o cenário que se pretende alcançar.
O que é melhoramento genético?
Qual a melhor definição para melhoramento genético? Trata-se de mudanças na frequência dos alelos dos genes por processos direcionados pelo homem.
Todos os animais de uma mesma espécie possuem exatamente os mesmos genes. No entanto, as formas alternativas desses genes, que são os alelos, é que promovem as diferenças entre os indivíduos.
Como fazer esse melhoramento?
As diferenças entre as populações têm duas origens: genética e ambiental. Assim, é possível obter melhorias nos seus resultados fazendo alterações no manejo e ambientais.
No que diz respeito especificamente ao melhoramento genético, existem duas ferramentas disponíveis:
- Seleção;
- Sistemas de acasalamento.
Objetivos da seleção
Uma coisa muito importante quando se seleciona indivíduos é estabelecer, dentro de um sistema de produção, os objetivos de seleção. Esses, normalmente, estão relacionados à viabilidade econômica do sistema, ou seja, aquilo que dá mais lucro.
Para ajudar na escolha desses objetivos, deve-se levar em conta uma série de questões importantes. Uma delas é: qual o número de características que serão selecionadas?
Isso deve ser analisado caso a caso. Por exemplo, em regiões que o pagamento pelo leite é feito com base, além do volume de leite, na produção de gordura, existem duas características que passam a ser objetivos de seleção. No entanto, deve-se ter em mente que a seleção para mais de uma característica leva a uma menor eficiência na seleção individual de cada uma delas.
Outro ponto importante é decidir a ênfase dada a cada uma das características a ser selecionada, considerando:
- Importância econômica;
- Herdabilidade;
- Acurácia.
Planejamento
Um outro ponto a se ter em mente ao se iniciar um programa de melhoramento genético é que os acasalamentos realizados hoje produzirão fêmeas que iniciarão sua produção dentro de 3 a 4 anos. Assim, deve-se estar ciente e fazer um planejamento adequado considerando que a consequência do melhoramento genético não é imediata, mas sim, obtida ao longo do tempo. Os resultados não são imediatos, mas são permanentes.
Características – quais devemos selecionar?
Existem basicamente dois tipos de características que podem ser melhoradas: qualitativas e quantitativas
1) Características qualitativas
São determinadas por um ou poucos pares de genes. Nesse caso, os indivíduos podem ser classificados em categorias definidas. Além disso, essas características são muito pouco influenciadas pelo meio-ambiente.
Exemplos: presença ou ausência de chifres.
2) Características quantitativas
São determinadas por vários genes. Nesse caso, os indivíduos não podem ser classificados em categorias definidas, pois a variação nessas características é contínua. Essas características são muito influenciadas pelo ambiente.
Exemplos: ganho de peso diário, produção de leite
Grupos de características
Características produtivas
Produção de leite, porcentagem de gordura, proteína e sólidos totais são as mais lucrativas. A produção de leite é a característica a ser selecionada com maior valor econômico. A gordura e proteína devem ser incluídas no programa de seleção se influenciarem no preço recebido pelo produtor.
Características reprodutivas
Um dos fatores mais importantes no sistema produtivo é a reprodução, porque a vaca só inicia a lactação com o parto. As vacas falhadas, ou seja, que demoram muito tempo para parir, geram prejuízo, por ficarem inativas dentro do sistema.
No entanto, as características de fertilidade, normalmente, têm baixa herdabilidade. Isso significa que é muito mais eficiente efetuar melhorias no manejo (detecção de cio, alimentação), que levará a uma melhora nas médias mais rapidamente do que por meio da seleção ou do melhoramento genético.
Características adaptativas
Um exemplo é a resistência à mastite. Essa é uma característica com herdabilidade de cerca de 20%, o que mostra que pode ser considerada em um programa de seleção. Muitas vezes, o que se faz é a seleção indireta para essa característica, descartando-se indivíduos com tetos perdidos pela doença ou que apresentam um histórico de mastite grande no rebanho.
No entanto, a maneira mais eficiente de fazer isso é por seleção direta, através de informações individuais e familiares de contagem de células somáticas.
Características de tipo
Nesse caso, existem dois objetivos diferentes quando se fala de seleção para tipo:
- Caracterização racial, que são as características levadas em consideração nos recintos de exposição.
- Longevidade do indivíduo, que considera características relacionadas à permanência da vaca por maior tempo nos rebanhos.
O importante no caso das características de tipo é a possibilidade de fazer classificações particularizadas dos indivíduos, por meio da classificação linear. Isso permite correções para os pontos fracos do rebanho, resulta em melhores condições corporais e está relacionado ao aumento da vida produtiva.
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Melhoramento genético em bovinos leiteiros. Inclusive, as informações desse texto foram retiradas das aulas desse curso. Confira!
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Se você é produtor de leite e pretende começar um programa de melhoramento genético em sua fazenda, primeiro precisa entender o que é exatamente essa técnica e, em seguida, fazer uma avaliação minuciosa para entender o que precisa ser melhorado.
Afinal, nenhuma ferramenta gera os resultados esperados se não for utilizada da maneira correta e com um objetivo bem definido. Um martelo e um prego na mão não me garantem o quadro certo, na parede certa, na posição certa. No entanto, assim que defino qual o quadro, qual a parede e qual a posição, o uso da ferramenta é quase que 100% garantido.
O mesmo vale para ferramentas utilizadas na seleção e melhoramento genético de fazendas leiteiras. O primeiro passo é identificar o que se pretende com o melhoramento genético, qual o cenário atual da fazenda e qual o cenário que se pretende alcançar.
O que é melhoramento genético?
Qual a melhor definição para melhoramento genético? Trata-se de mudanças na frequência dos alelos dos genes por processos direcionados pelo homem.
Todos os animais de uma mesma espécie possuem exatamente os mesmos genes. No entanto, as formas alternativas desses genes, que são os alelos, é que promovem as diferenças entre os indivíduos.
Como fazer esse melhoramento?
As diferenças entre as populações têm duas origens: genética e ambiental. Assim, é possível obter melhorias nos seus resultados fazendo alterações no manejo e ambientais.
No que diz respeito especificamente ao melhoramento genético, existem duas ferramentas disponíveis:
- Seleção;
- Sistemas de acasalamento.
Objetivos da seleção
Uma coisa muito importante quando se seleciona indivíduos é estabelecer, dentro de um sistema de produção, os objetivos de seleção. Esses, normalmente, estão relacionados à viabilidade econômica do sistema, ou seja, aquilo que dá mais lucro.
Para ajudar na escolha desses objetivos, deve-se levar em conta uma série de questões importantes. Uma delas é: qual o número de características que serão selecionadas?
Isso deve ser analisado caso a caso. Por exemplo, em regiões que o pagamento pelo leite é feito com base, além do volume de leite, na produção de gordura, existem duas características que passam a ser objetivos de seleção. No entanto, deve-se ter em mente que a seleção para mais de uma característica leva a uma menor eficiência na seleção individual de cada uma delas.
Outro ponto importante é decidir a ênfase dada a cada uma das características a ser selecionada, considerando:
- Importância econômica;
- Herdabilidade;
- Acurácia.
Planejamento
Um outro ponto a se ter em mente ao se iniciar um programa de melhoramento genético é que os acasalamentos realizados hoje produzirão fêmeas que iniciarão sua produção dentro de 3 a 4 anos. Assim, deve-se estar ciente e fazer um planejamento adequado considerando que a consequência do melhoramento genético não é imediata, mas sim, obtida ao longo do tempo. Os resultados não são imediatos, mas são permanentes.
Características – quais devemos selecionar?
Existem basicamente dois tipos de características que podem ser melhoradas: qualitativas e quantitativas
1) Características qualitativas
São determinadas por um ou poucos pares de genes. Nesse caso, os indivíduos podem ser classificados em categorias definidas. Além disso, essas características são muito pouco influenciadas pelo meio-ambiente.
Exemplos: presença ou ausência de chifres.
2) Características quantitativas
São determinadas por vários genes. Nesse caso, os indivíduos não podem ser classificados em categorias definidas, pois a variação nessas características é contínua. Essas características são muito influenciadas pelo ambiente.
Exemplos: ganho de peso diário, produção de leite
Grupos de características
Características produtivas
Produção de leite, porcentagem de gordura, proteína e sólidos totais são as mais lucrativas. A produção de leite é a característica a ser selecionada com maior valor econômico. A gordura e proteína devem ser incluídas no programa de seleção se influenciarem no preço recebido pelo produtor.
Características reprodutivas
Um dos fatores mais importantes no sistema produtivo é a reprodução, porque a vaca só inicia a lactação com o parto. As vacas falhadas, ou seja, que demoram muito tempo para parir, geram prejuízo, por ficarem inativas dentro do sistema.
No entanto, as características de fertilidade, normalmente, têm baixa herdabilidade. Isso significa que é muito mais eficiente efetuar melhorias no manejo (detecção de cio, alimentação), que levará a uma melhora nas médias mais rapidamente do que por meio da seleção ou do melhoramento genético.
Características adaptativas
Um exemplo é a resistência à mastite. Essa é uma característica com herdabilidade de cerca de 20%, o que mostra que pode ser considerada em um programa de seleção. Muitas vezes, o que se faz é a seleção indireta para essa característica, descartando-se indivíduos com tetos perdidos pela doença ou que apresentam um histórico de mastite grande no rebanho.
No entanto, a maneira mais eficiente de fazer isso é por seleção direta, através de informações individuais e familiares de contagem de células somáticas.
Características de tipo
Nesse caso, existem dois objetivos diferentes quando se fala de seleção para tipo:
- Caracterização racial, que são as características levadas em consideração nos recintos de exposição.
- Longevidade do indivíduo, que considera características relacionadas à permanência da vaca por maior tempo nos rebanhos.
O importante no caso das características de tipo é a possibilidade de fazer classificações particularizadas dos indivíduos, por meio da classificação linear. Isso permite correções para os pontos fracos do rebanho, resulta em melhores condições corporais e está relacionado ao aumento da vida produtiva.
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