Cistos ovarianos: seu rebanho tem este problema?
Postado em: 04/03/2021 | 3 min de leitura
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Os cistos ovarianos são uma das disfunções ovarianas mais comuns em gado leiteiro. Na verdade, aproximadamente uma em cada dez vacas ficará cística em algum momento de sua vida. Este distúrbio reprodutivo não é apenas frustrante de lidar, mas também pode causar uma quantidade considerável de perdas econômicas, graças à sua capacidade de reduzir o desempenho reprodutivo de um animal.
De acordo com Michael O’Conner, professor emérito da Pennsylvania State University, os especialistas definem um cisto folicular como um folículo maior que 17 mm, geralmente acompanhado por uma ou mais outras estruturas foliculares grandes e sem corpo lúteo presente. Um folículo torna-se cístico quando não ovula e persiste no ovário. Esses cistos geralmente desaparecem com o início de um novo ciclo; no entanto, as vacas podem se tornar crônicas, o que significa que os cistos mais antigos são simplesmente substituídos por novos.
Se você suspeita que um de seus animais é cístico, aqui estão alguns sintomas a serem observados:
- Anestro, ou falta de cio, é o sinal mais comum de que um animal pode estar cístico.
- Padrões anormais de comportamento estral, incluindo estro persistente ou intervalos de estro mais curtos, também podem ser um indicador de cistos ovarianos.
Quem está em risco?
Embora o diagnóstico de animais císticos possa ser um desafio, alguns animais tendem a correr mais risco do que outros.
Esta condição é mais comum durante os primeiros 60 dias de lactação, quando as vacas apresentam a maioria dos distúrbios de saúde e estão sob estresse metabólico. Diversas pesquisas indicam que vacas com problemas na época do parto, como parto gemelar, distocia, retenção de placenta e infecção uterina, têm maior probabilidade de desenvolver disfunção ovariana.
Além disso, vacas mais velhas tendem a apresentar cistos ovarianos com mais frequência do que vacas mais jovens que estão em sua primeira ou segunda lactação. Também foi demonstrado que as vacas com escore de condição corporal muito alto na secagem tinham 2,5 vezes mais probabilidade de desenvolver ovários císticos após o parto do que os outros animais do rebanho em condições normais.
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Tratamento
Ao tratar um cisto ovariano, é importante saber que tipo de cisto você está enfrentando. Seu veterinário deve ser capaz de dizer se o cisto é folicular ou lúteo, pois os cistos lúteos tendem a ser maiores e mais sintomáticos do que os cistos foliculares
Um dos métodos mais comuns para o tratamento de um cisto ovariano é a utilização de hormônios. Para cistos foliculares, é típico usar um hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) ou um produto semelhante ao hormônio luteinizante. Para cistos lúteos, produtos de prostaglandina (PG) tendem a ser os mais eficazes. Uma dose única de GnRH ou gonadotrofina coriônica humana (hCG) seguida por PG sete dias depois também é uma estratégia comum para tratar cistos.
Embora o tratamento de cistos ovarianos tenha percorrido um longo caminho nas últimas décadas, diagnosticar adequadamente o tipo de cisto ainda pode ser um desafio. Se você está percebendo que os animais císticos costumam aparecer em seu rebanho, o abate de vacas cronicamente císticas, o desenvolvimento de uma estratégia para evitar vacas secas com EEC excessivo e o fornecimento de uma ração balanceada para vacas de transição certamente ajudará a minimizar os problemas periparturientes para que a incidência de ovários císticos permaneça baixa. Implementar as melhores práticas de gestão para prevenir e monitorar problemas relacionados ao parto, como partos gemelares, distocia, retenção de placenta e metrite, também são essenciais.
* Baseado no artigo ‘She’s Cystic’: Treating Cystic Ovarian Disorders, de Taylor Leach.
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